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A política do contra

Tempos estranhos em que vivemos. A suposta época liberal vem se tornando um caos. O otimismo briga com o pessimismo o tempo todo e nós, cidadãos, nos vemos presos no meio do conflito armado. A culpa não é de ninguém. Ou pode ser que seja.

Em meio a crise de refugiados, a ascensão da extrema-direita, movimentos supremacistas brancos, xenofobia e uma desejada pausa no fenômeno da globalização há o crescimento de movimentos feministas e da comunidade LGBT, luta contra a transfobia e a solidariedade com refugiados.

O mundo está tão caótico que estamos dando espaço para a chamada política do contra no mundo inteiro. Sinto que ficou mais fácil de conhecer os colegas ao achar um inimigo comum ao invés de interesses. “Você é contra o quê? Vamos virar amigos?” E assim se dá o início de uma nova amizade. Até o colega mudar de opinião.

É importante criticar, mas a abertura ao diálogo também é fundamental. Respeitar opiniões diferentes das nossas é crucial para um processo democrático mas, ao mesmo tempo, nunca foi tão difícil ter pontos de vista diferentes sendo aceitos. Os melhores exemplos disso são as redes sociais. Quantas pessoas já não ocultamos devido a opiniões divergentes e, encaradas por nós como “erradas" ? Só eu ocultei posts que, ao meu ver violam direitos humanos ou são a favor de causas ou políticos preconceituosos ?

Já vi pessoas inteligentíssimas com posicionamentos diferentes dos meus, e, nem por isso deixei de respeitá-las ou evitei convívio ou diálogo. Porém, vejo muitos ao meu redor adotando a prática de julgamento. No meu caso, a aceitação é válida até o ponto de violação de direitos humanos. A partir daí, o ponto de vista começa a chamar-se então, falta de respeito, de integridade moral e de empatia.

Se exemplificarmos na política, temos claros exemplos: Bernie Sanders e o capitalismo, Donald Trump e os muçulmanos/ mexicanos, Hugo Chávez e Lula contra a elite. Em uma sociedade dividida, ser do contra é chato, mas é também necessário. O exercício agora é ser a favor de algo. Não adianta criticarmos tudo sem apresentarmos propostas consistentes para um futuro comum melhor como sociedade. A crítica é uma prática maravilhosa, assim como conhecer opiniões e posicionamentos diferentes. São elas que nos levarão a frente e causarão mais discussões e formação de opinião.

Essa é a minha opinião.

Por favor, não me deletem do Facebook.


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